As mudanças climáticas previstas para
atingir o Brasil nas próximas décadas devem deixar áreas hoje já vulneráveis no
Nordeste ainda mais pobres, com mais fome e com menos gente. Em linhas gerais, essa é a
conclusão de um estudo, lançado na quarta-feira (26) por pesquisadores da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Fiocruz, que buscou avaliar os impactos que o
aquecimento global terá sobre as migrações e a saúde na região.
Os pesquisadores trabalharam com a premissa, apontada em agosto por estudo da Embrapa e da
Unicamp, de que o aumento das temperaturas vai reduzir as áreas de baixo risco para a
agricultura em todo o País, principalmente no Nordeste. A nova pesquisa detalhou essa
perda agrícola e calculou os prejuízos econômicos e sociais que ela vai causar.
Pelas contas, o aquecimento deve promover uma redução de 11,4% no PIB da região até
2050. Isso deve ser resultado da redução expressiva da área agricultável. Os Estados
mais afetados, segundo o trabalho, deverão ser Ceará (-79,6% de terra apta), Piauí
(-70,1%), Paraíba (-66,6%) e Pernambuco (-64,9%). Esses números valem para o pior
cenário, que prevê aumento de 4°C na temperatura do Nordeste até 2070.
Fonte: Estadão Online
Educação Ambiental www.natureba.com.br