Mudança climática pode aumentar dengue no Brasil (08/10/08)

Relatório elaborado pelo Banco Mundial (BM) e divulgado nesta terça-feira (7) afirma que falta de água potável e aumento das temperaturas, em conseqüência  de mudança climática, causarão o crescimento de doenças tropicais como malária e dengue, fortemente presente no Brasil.

A vice-presidente do BM para a América Latina e o Caribe, Pamela Cox, que apresentou o relatório, advertiu que uma mudança climática terá conseqüências "devastadoras" ao meio ambiente e à economia destas regiões, assim como à saúde de centenas de milhões de pessoas.

A estes fatores, ela somou o aumento das catástrofes naturais, como a maior intensidade dos grandes furacões, provocando grandes perdas, dificilmente assimiláveis por países em desenvolvimento, sem contar o grande número de mortes causadas.

Os efeitos da mudança climática sobre o meio ambiente, na proliferação de doenças e no desenvolvimento dos países latino-americanos tomaram conta dos debates no segundo dia do Congresso Mundial da Natureza, realizado em Barcelona, na Espanha.

Especialistas da Wildlife Conservation Society (WCS) alertaram para a existência de 12 doenças que podem levar à morte tanto o homem quanto animais selvagens, e que poderiam se espalhar por novas áreas por causa da mudança climática.

Entre estas doenças, estão a gripe aviária, o cólera, o ebola, os parasitas intestinais, a doença de lyme, a tuberculose e a febre amarela.

Segundo o vice-presidente da WCS, William Karesh, mudanças de temperaturas e de níveis das chuvas em grandes regiões do planeta estão facilitando o deslocamento dessas doenças o que, segundo ele, terá conseqüências não apenas sobre a saúde humana e animal, mas também sobre a economia.

O relatório do BM, destacou ainda que os países latino-americanos serão alguns dos que mais sofreram os efeitos de mudança climática pois, apesar de emitirem apenas 6% dos gases do efeito estufa, cerca de 77 milhões de pessoas destes territórios terão problemas de acesso a água em 2020.

Cox ressaltou "o cruel e irônico" fato de que países sem quase nenhuma responsabilidade sobre o problema sejam, ao mesmo tempo, os mais vulneráveis e que menos recursos têm para se adaptar.

Fonte: Estadão Online

www.natureba.com.br