O derretimento das geleiras
no Ártico acontece "muito mais rápido" que o previsto até então e se
aproxima do "ponto de não retorno", segundo um estudo publicado nesta
quinta-feira pelo WWF (Fundo Mundial para a Natureza).
A calota glacial da Groelândia, com o volume atual estimado em 2,9 milhões de metros
cúbicos, e as geleiras do Oceano Ártico, avaliadas em 4,4 milhões de metros cúbicos em
setembro de 2007, estão nos níveis mais baixos jamais observados, segundo a
organização.
O volume das camadas de gelo do oceano conheceu uma redução de 39% em relação ao
volume médio observado de 1979 a 2000.
"As mudanças recentes constatadas no Ártico se produzem a uma taxa muito mais
rápida que o previsto", pela Avaliação dos impactos da Mudança Climática no
Ártico, publicada em 2005, e o relatório do Painel Intergovernamental para Mudanças
Climáticas de 2007, conclui o WWF.
O derretimento da calota glacial da Groenlândia e da cobertura glacial do Ártico está
próxima do "ponto de não retorno", além do que a situação será
irreversível, estima a organização internacional.
Ponto crítico - "Quando analisamos detalhadamente as pesquisas científicas sobre as
recentes mudanças no Ártico torna-se dolorosamente claro que nossa compreensão do
impacto do aquecimento climático está a reboque das mudanças observadas no
Ártico", declarou Martin Sommerkorn, um dos autores do relatório.
O WWF publica seu estudo por ocasião de uma reunião do Conselho do Ártico, uma
organização que reúne os países nórdicos (Estados Unidos, Rússia, Dinamarca,
Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia), nesta quinta-feira (24) nas ilhas Lofoten, na
Noruega.
Os cientistas da WWF alertam para o desaparecimento dos ursos polares do Canadá, onde
vivem dois terços da população mundial dessa espécie.
"Estudos anteriores prevêem que o derretimento das geleiras nos mares do norte
levaria à extinção de algumas populações de ursos polares por volta de 2050. Mas
novos elementos destacam que a extinção em algumas regiões poderia acontecer mais
rapidamente", destaca Peter Ewins, diretor da conservação das espécies da
WWF-Canadá.
Fonte: Folha Online