O Greenpeace divulgou nesta segunda-feira
(16) um ranking no qual classifica as principais empresas fabricantes de pesticidas
de acordo com os riscos que seus produtos representam para a saúde humana ou ao meio
ambiente e que é liderado pela multinacional alemã Bayer, por ter maior fatia de
mercado.
Segundo a organização ambientalista, a empresa é seguida pela suíça Syngenta, pela
americana Monsanto, pela alemã BASF e pela americana Dow Chemical, todas líderes no
mercado de fitossanitários.
A patronal de fitossanitários da União Européia (UE), a ECPA (sigla em inglês),
criticou esta classificação.
O Greenpeace afirma que há diferenças no impacto que os produtos destas empresas podem
ter na saúde humana ou no meio ambiente, mas ressalta que "nenhuma está
livre".
Segundo o ranking, a Monsanto tem a maior proporção de pesticidas prejudiciais, com 60%,
mas, por sua fatia de mercado ser menor, os riscos são inferiores aos de produtos da
Bayer e da Syngenta.
Essas duas últimas empresas vendem "muitos mais pesticidas ao ano" que as
outras três, segundo o relatório do Greenpeace.
A empresa com menos "pontuação negativa" das cinco seria a Dow Chemical,
apesar de 39% de sua produção ser, segundo o Greenpeace, de substâncias incluídas em
uma "lista negra", o mesmo percentual da Syngenta.
Por produtos, segundo a organização ambientalista, a Bayer tem o maior percentual de
inseticidas com substâncias potencialmente perigosas (74%), assim como a Monsanto em
herbicidas (90%) e a BASF em fungicidas (80%).
O Greenpeace ressaltou que esta classificação "prova quão tóxicos ainda são os
negócios de pesticidas das companhias líderes do mercado".
Além disso, pediu aos países da UE que endureçam suas leis sobre fitossanitários, já
que, atualmente, os 27 países do bloco estão discutindo um projeto para regular tais
produtos.
A ECPA criticou o relatório do Greenpeace e afirmou que esse não contribui para um
debate "informado nem sensato" sobre pesticidas.
Segundo o diretor da ECPA, Friedhelm Schmider, "a classificação ganhará manchetes,
mas não acrescenta nada construtivo e menos ainda em um momento no qual enfrentamos uma
crise alimentícia global e os agricultores precisam de nossos produtos para proteger suas
colheitas".
"Todos os produtos vendidos por nossas companhias foram aprovados pelas autoridades
da UE e dos Governos, baseando-se em critérios rígidos de segurança e testes rigorosos;
ações populistas como esta não contribuem em nada para a segurança" do
consumidor, acrescentou o responsável da ECPA.
Fonte: Estadão Online