A União Européia (UE) pretende endurecer
suas leis sobre importação de madeira com a criação de um selo
obrigatório, válido para todos os 27 países membros, que ateste a origem lícita dos
produtos. As compras sem controle promovidas pelo mercado europeu, considerado como o mais
lucrativo do mundo, contribuem para o desmatamento na Amazônia e de outras florestas
tropicais asiáticas e africanas.
Na segunda-feira (5), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reconheceu que a taxa de
desmatamento em 2008 deve apresentar crescimento em relação a 2007, após três anos de
queda. "O verão se prolongou, tivemos um aumento de preços de alguns produtos
agrícolas e, ao mesmo tempo, é um período eleitoral em que a capacidade de fiscalizar e
combater (a ilegalidade) se vê diminuída."A taxa de ilegalidade no setor madeireiro
amazônico varia de 50% a 80%. De acordo com o Instituto do Homem e do Meio Ambiente da
Amazônia (Imazon), 36% da madeira extraída da Amazônia Legal é exportada. O principal
mercado externo é o europeu, segundo o Ministério do Desenvolvimento: cerca de 47%.
Dados da própria indústria madeireira da UE indicam que o contrabando impõe às
nações exportadores perdas anuais de US$ 15 bilhões em impostos não recolhidos.
A idéia do comissário europeu para o Meio Ambiente, Stavros Dimas, é que o importador
seja obrigado a dizer exatamente qual foi o percurso da madeira desde seu país de origem
até ser transformada no produto final. O sistema visa rastrear a origem da madeira e
premiar os exportadores e importadores que sigam leis de proteção e gerenciamento dos
recursos naturais. Hoje, o certificado é voluntário e os controles são pouco claros, na
avaliação de autoridades ambientais.
Fonte: O Estado de São Paulo